Também conhecido como névoa cerebral. É um termo usado para descrever como as pessoas se sentem quando seu pensamento é lento, confuso e não afiado. E a Covid-19 pode causar esse dano. Algumas pessoas que se recuperam da doença, incluindo aquelas com sintomas leves, reclamam desse estado que pode ser duradouro. Muita gente já está familiarizada com os sintomas mais comuns da Covid-19, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Mas um grande número, que se recupera da infecção, relata efeitos colaterais persistentes, incluindo o que ficou conhecido como névoa cerebral da Covid.
Como uma doença respiratória leva a problemas neurológicos, como perda de memória e diminuição da atenção?
A questão deixou a comunidade médica perplexa, por isso continuam os estudos do impacto a longo prazo da COVID-19. Em um artigo recente na revista Neurology Clinical Practice, pesquisadores do New York-Presbyterian e do Columbia University Irving Medical Center descreveram possíveis sintomas neurológicos da Covid-19 como dor de cabeça, fadiga e tontura, e médicos de todo o país relataram pacientes que se queixam desses sintomas juntamente com perda de memória, confusão e dificuldade de concentração. Pesquisadores que publicaram um artigo no Journal of Infection acompanharam 120 pacientes com COVID-19 por três meses após a alta, e aproximadamente 30% disseram que a perda de memória era um problema persistente, assim como a concentração. Mas não é apenas entre os pacientes que foram hospitalizados. Mesmo pessoas que tiveram sintomas leves relataram esses problemas neurológicos.
Em alguns pacientes, o Covid-19 pode causar lesão cerebral, como acidente vascular cerebral, e déficits ou problemas persistentes relacionados a esse acidente vascular cerebral. Mas algumas pessoas parecem ter essa névoa cerebral desproporcional à sua doença. Eles tiveram uma doença leve e se recuperaram, exceto que continuam a ter problemas cognitivos duradouros. Tudo isso pode ser devido à ativação do sistema imunológico que libera moléculas que ajudam a fazer o próprio sistema funcionar e combater infecções, mas como efeito colateral, essas moléculas podem afetar o sistema nervoso. Não é uma reação exclusiva da Covid-19. Quando temos contato com um vírus, o corpo encontra maneiras de lidar com ele, pela ação do sistema de defesa que nós temos. Quando isso acontece, o corpo destrói o vírus através da inflamação. Por exemplo, quando você se machuca, pode haver inchaço e vermelhidão que surgem da inflamação do corpo dessa área, para garantir que ela esteja limpa. Entretanto, pode haver uma reação exagerada e um ataque às células saudáveis na tentativa de se livrar do vírus.
O sistema imunológico reconhece as proteínas virais, mas algumas das proteínas no cérebro são semelhantes a essas proteínas virais e por isso pode haver um ataque também ao cérebro. Atualmente chama muito a atenção, por existirem mais casos desta doença. O que é relevante, é que o alto risco de contágio por Covid- 19 faz com que esses números sejam sempre muito maiores e preocupantes.
Com relação ao Fog mental, ou névoa cerebral, é bom ficar atento aos sinais:
Fraqueza, dificuldade para falar , perda de visão, dormência e formigamento – porque são sintomas focais. Implicam danos ao sistema nervoso, que podem ou não aparecer através de exames sensíveis de imagem. Ou seja, os danos gerados podem ou não ser aparentes nestes exames, pois o vírus pode ainda estar afetando o cérebro em um nível microscópico.
Com a vacina, aumentaram as chances de as pessoas não morrerem da doença. Mas ainda é um “grande negócio” não ter Covid-19.
O tratamento dessas sequelas ainda tem sido caso a caso. É grande a probabilidade do fog mental não ser algo permanente. Não é possível ainda falar de prazos definitivos, embora alguns estudos mostrem sequelas persistentes por 8 meses. Outros estudos de referência, relatam sequelas persistentes há 2 anos. Importante, será rever completamente o estilo de vida .
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