Quem é o paciente/usuário de serviços neste segmento?
Quando faço essa pergunta, vejo que é uma dificuldade recorrente, com muitas variações nas respostas.
Primeiramente, é necessário entender qual a importância de termos esse perfil definido.
Trata-se de uma análise que nos fornece uma base de informações para orientar o planejamento, implementação e avaliação de ações e políticas de saúde. Ele permite entender as características, necessidades e desafios enfrentados por uma população específica, facilitando a tomada de decisões baseadas em evidências.
“Ah mas eu não trabalho com saúde pública”, dizem alguns.
Não se trata exatamente disso.
Quando temos esse perfil bem conhecido, conseguimos fazer uma melhor gestão de recursos, evitar desperdícios e direcionar programas, campanhas e benefícios, por exemplo.
No caso da Saúde Integrativa, especificamente no Brasil, o perfil mais atual apresenta as seguintes características:
Características demográficas
Gênero: Maior prevalência de mulheres, muitas vezes acima de 60% dos usuários interessados.
Faixa etária: Adultos jovens a idosos, com maior concentração em faixas de 30 a 60 anos.
Escolaridade: Geralmente, os usuários possuem nível médio ou superior de escolaridade.
Renda: Pode variar, mas há maior adesão entre pessoas de classe média ou média alta, embora programas públicos, como o SUS no Brasil, estejam ampliando o acesso para outras classes sociais.
Motivações para o uso
Condições crônicas: Pessoas com doenças como dor crônica, fibromialgia, artrite, ou doenças autoimunes procuram as Práticas Integrativas Complementares como forma complementar ao tratamento convencional, tanto no sistema particular como no público.
Saúde mental: Indivíduos buscando alívio de ansiedade, estresse, depressão ou insônia são um público significativo.
Prevenção: Há usuários interessados na promoção da saúde e bem-estar geral, mesmo sem uma condição específica.
Insatisfação com a medicina convencional: Alguns usuários recorrem às práticas integrativas como alternativa devido a efeitos colaterais de medicamentos ou percepções negativas do sistema tradicional.
Práticas mais procuradas
Meditação e mindfulness: Popular entre quem busca manejo de estresse e saúde mental.
Acupuntura: Frequentemente procurada por pessoas com dor crônica ou problemas musculoesqueléticos.
Fitoterapia e aromaterapia: Utilizadas por usuários interessados em alternativas naturais a medicamentos.
Yoga e práticas corporais: Para promoção do equilíbrio físico e mental.
Homeopatia: Atraente para quem prefere tratamentos menos invasivos.
Eu tenho acompanhado muito a gestão de saúde integrativa hospitalar e em clínicas privadas multidisciplinares em razão dos projetos que estão sendo desenvolvidos pela Comunidade Brasileira de Naturopatia. O que observo é que, durante a caminhada vão ocorrendo os “atropelos e ajustes”. Isso é péssimo, porque ainda que seja um profissional em um consultório, é necessário saber para quem ele (a) está falando e promovendo a saúde.
Chris Buarque
Diretora Científica da Comunidade Brasileira de Naturopatia
Consulte-nos para saber a respeito de um profissional de referência da Naturopatia e Saúde Integrativa em sua cidade.
Comments