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Por que o glúten faz mal?


O glúten não faz mal a todas as pessoas.

Entretanto, mesmo para estas, o consumo exagerado dessa proteína presente no trigo, centeio e cevada, pode gerar males dos mais diversos. Uma quantidade excessiva e constante de consumo de alimentos com glúten pode gerar um processo de inflamação celular, como uma resposta à irritação frequente da mesma substância.

O conjunto de sintomas pode estar associado à Sensibilidade ao Glúten não Celíaca (SGNC), uma condição onde as pessoas podem experimentar sintomas semelhantes aos da doença celíaca, após a ingestão de alimentos com glúten, sem que apresentem danos ao intestino, comumente presentes em pessoas com a doença Celíaca.


Identificar o quadro clínico nem sempre é fácil, uma vez que a SGNC não apresenta marcadores específicos de diagnóstico. Através de uma anamnese clínica durante a consulta, o diagnóstico ocorre por exclusão de outras condições. Nas queixas relatadas estão presentes a fadiga sem causa aparente, dores articulares, dores de cabeça, irregularidades intestinais e inchaço abdominal.

Quando falamos da doença Celíaca, nos referimos a uma doença autoimune. O intestino delgado é atacado pelo sistema imunológico como resposta à ingestão de glúten, interferindo na absorção de nutrientes da alimentação.

Em consequência, podem ocorrer sintomas como perda de peso, diarreia, cansaço e anemia.

Trata-se de uma doença diagnosticável a partir de exames séricos específicos (sangue) e biópsia do intestino delgado.

Para ambas as situações clínicas, a alternativa é a adoção de uma dieta livre de glúten



Impactos sociais:

Pessoas com restrições alimentares frequentemente podem enfrentar desafios nas relações interpessoais. Não raras são as vezes em que podem ser vistas, por falta de informação, como “o chato ou a chata com comida”.

Nossa sugestão é o bate-papo com pessoas de seu convívio mais próximo, para que elas mesmas sejam multiplicadoras de esclarecimentos sobre estas condições de sensibilidade alimentar. Em grupos que não são tão próximos, leve seus lanchinhos na bolsa, mas continue participando de grupos sociais. O isolamento além de não ajudar a desenvolver sua  "musculatura emocional", reforça estigmas sociais de comportamento sobre quem tem esta sensibilidade alimentar.

Restrições em restaurantes também são outro desafio. Se estar num rodízio não lhe trouxer nenhum incomodo, essa pode ser uma opção democrática para o grupo pela grande variedade de alimentos. Em caso contrário, vale a pena ligar antes e/ou pesquisar o menu do local escolhido.

A boa notícia é que se compararmos a oferta de produtos sem glúten há 15 anos, com o que temos hoje, víamos que as prateleiras de supermercados eram muito reduzidas e o preço dificultava a vida das pessoas com estas restrições.


Quanto mais informação, mais o cenário tende a mudar. Não podemos perder isso de vista. Há sempre a necessidade de uma conscientização social sobre este e muitos outros temas. A gente começa esse compromisso educativo com a família, amigos, colegas, bem como nos próprios restaurantes e supermercados.

Já vemos essa mudança acontecendo com a  oferta de produtos com mais sabor e nutrientes importantes e que conseguem dar opções criativas tanto para lanches como para o preparo de refeições.

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