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Saúde emocional e saúde física



A conexão entre a saúde emocional e a saúde física é profunda e bem documentada. Diversos estudos mostram que o estado emocional de uma pessoa pode ter um impacto direto sobre seu bem-estar físico, influenciando desde o sistema imunológico até o risco de doenças crônicas.

Sob o ponto de vista clínico, saúde emocional refere-se ao estado de bem-estar mental e emocional no qual uma pessoa é capaz de gerenciar suas emoções de maneira saudável, lidar com o estresse do dia a dia, manter relacionamentos saudáveis e adaptáveis, e apresentar uma visão equilibrada da vida.

Por isso, a saúde emocional inclui:

Autoconsciência emocional: Capacidade de identificar e compreender as próprias emoções e reconhecer como elas influenciam o comportamento.

Regulação emocional: Habilidade de gerenciar e controlar as emoções, evitando reações impulsivas ou extremas, e encontrando formas saudáveis de lidar com sentimentos difíceis, como ansiedade, tristeza ou frustração.

Resiliência emocional: Capacidade de se recuperar de experiências emocionais negativas e de situações de estresse, superando desafios sem comprometer a estabilidade emocional.

Relacionamentos saudáveis: Manutenção de interações positivas com os outros, incluindo empatia, comunicação eficaz e habilidades de resolução de conflitos.


Consideramos que clinicamente, a saúde emocional é um aspecto importante do bem-estar geral, que interage diretamente com a saúde mental e física. Distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, podem impactar negativamente a qualidade de vida e demandar intervenção terapêutica para restaurar o equilíbrio emocional.



Como a saúde emocional afeta a saúde física:

Sistema Imunológico: Emoções negativas como estresse, ansiedade e depressão podem enfraquecer o sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a infecções e doenças. Em contrapartida, emoções positivas e estabilidade emocional ajudam a fortalecer a resposta imunológica.

Hormônios do estresse: O estresse crônico libera hormônios como o cortisol, que, em altos níveis, pode aumentar o risco de doenças cardíacas, pressão alta e diabetes. Além disso, o estresse contínuo pode levar à inflamação crônica no corpo.

Saúde cardiovascular: Emoções negativas e o estresse são associados a um aumento da pressão arterial e dos níveis de colesterol, o que pode levar a problemas cardíacos. Por outro lado, uma boa saúde emocional, marcada por sentimentos de felicidade e gratidão, tem sido relacionada a uma menor incidência de doenças cardiovasculares.

Qualidade do sono: A saúde emocional também afeta a qualidade do sono. Ansiedade e depressão podem resultar em insônia ou padrões de sono perturbados, enquanto um estado emocional equilibrado geralmente facilita uma boa noite de descanso. O sono adequado é crucial para a regeneração física e mental do corpo.

Comportamentos de saúde: Pessoas emocionalmente saudáveis tendem a adotar comportamentos que promovem a saúde física, como fazer exercícios regulares, manter uma dieta balanceada e evitar hábitos prejudiciais como o consumo excessivo de álcool ou o fumo. Já a má saúde emocional, pode levar ao sedentarismo e a maus hábitos alimentares.

Estratégias para fortalecer a conexão entre saúde emocional e física:

  • Psicoterapia: Buscar ajuda profissional quando necessário é importante para tratar questões emocionais que podem estar prejudicando a saúde física.

  • Práticas de mindfulness: Técnicas como meditação, respiração profunda e ioga podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o equilíbrio emocional.

  • Atividade física regular: Exercícios físicos liberam endorfinas, que promovem sensações de bem-estar e felicidade, além de fortalecer o corpo.

  • Suporte social: Manter uma rede de apoio, como amigos e familiares, pode ser essencial para a saúde emocional e, consequentemente, física.


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Se você tem vontade de conhecer uma literatura especializada neste tema, pode escolher entre as opções que listamos abaixo:

1.      Cohen, S., Janicki-Deverts, D., & Miller, G. E. (2007). Psychological stress and disease. JAMA, 298(14), 1685-1687. Relação entre estresse psicológico e diversas doenças físicas.

2.      Kiecolt-Glaser, J. K., McGuire, L., Robles, T. F., & Glaser, R. (2002). Emotions, morbidity, and mortality: New perspectives from psychoneuroimmunology. Annual Review of Psychology, 53, 83-107. Discute como emoções afetam o sistema imunológico.

3.      Chida, Y., & Steptoe, A. (2009). The association of anger and hostility with future coronary heart disease: A meta-analytic review of prospective evidence. Journal of the American College of Cardiology, 53(11), 936-946. Revisão da relação entre raiva/hostilidade e doenças cardíacas.

4.      Steptoe, A., Dockray, S., & Wardle, J. (2009). Positive affect and health-related neuroendocrine, cardiovascular, and inflammatory processes. Proceedings of the National Academy of Sciences, 106(18), 6508-6512. Investigação de como emoções positivas afetam a saúde física.

5.      Sneed, R. S., & Cohen, S. (2014). A prospective study of volunteerism and hypertension risk in older adults. Psychology and Aging, 29(2), 319-324. Estudo sobre o impacto de atividades voluntárias e saúde emocional na hipertensão.

6.      Kubzansky, L. D., & Kawachi, I. (2000). Going to the heart of the matter: Do negative emotions cause coronary heart disease? Journal of Psychosomatic Research, 48(4-5), 323-337. Explora como emoções negativas estão associadas à doença cardíaca.

7.      Miller, G. E., & Blackwell, E. (2006). Turning up the heat: Inflammation as a mechanism linking chronic stress, depression, and heart disease. Current Directions in Psychological Science, 15(6), 269-272. A conexão entre inflamação, estresse crônico e saúde cardiovascular.

8.      Danner, D. D., Snowdon, D. A., & Friesen, W. V. (2001). Positive emotions in early life and longevity: Findings from the nun study. Journal of Personality and Social Psychology, 80(5), 804-813. Estudo sobre como emoções positivas no início da vida afetam a longevidade.

9.      Pressman, S. D., & Cohen, S. (2005). Does positive affect influence health? Psychological Bulletin, 131(6), 925-971. Revisão da literatura sobre afeto positivo e seus impactos na saúde física.

10.  Dockray, S., & Steptoe, A. (2010). Positive affect and psychobiological processes. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 35(1), 69-75. Investigação sobre como o afeto positivo afeta processos biológicos.

11.  Epel, E. S., McEwen, B. S., & Ickovics, J. R. (1998). Embodying psychological thriving: Physical thriving in response to stress. Journal of Social Issues, 54(2), 301-322. Estudo sobre como a resiliência emocional pode promover saúde física.

12.  Segerstrom, S. C., & Miller, G. E. (2004). Psychological stress and the human immune system: A meta-analytic study of 30 years of inquiry. Psychological Bulletin, 130(4), 601-630. Meta-análise sobre o impacto do estresse no sistema imunológico.

13.  Fredrickson, B. L., & Joiner, T. (2002). Positive emotions trigger upward spirals toward emotional well-being. Psychological Science, 13(2), 172-175. Explora como emoções positivas podem melhorar a saúde emocional e física.

14.  Taylor, S. E., & Stanton, A. L. (2007). Coping resources, coping processes, and mental health. Annual Review of Clinical Psychology, 3, 377-401. Revisão de mecanismos de enfrentamento e sua relação com a saúde emocional e física.

15.  Berk, L. S., Tan, S. A., & Fry, W. F. (1989). Humor associated with increased serum immunoglobulin A and decreases in cortisol. Perceptual and Motor Skills, 69(2), 779-784. Estudo sobre como o humor afeta o sistema imunológico e o estresse.

16.  Ryff, C. D., & Singer, B. (1998). The contours of positive human health. Psychological Inquiry, 9(1), 1-28. Explora como o bem-estar psicológico contribui para a saúde física.

17.  Suls, J., & Bunde, J. (2005). Anger, anxiety, and depression as risk factors for cardiovascular disease: The problems and implications of overlapping affective dispositions. Psychological Bulletin, 131(2), 260-300. Revisão das emoções negativas como fatores de risco para doenças cardiovasculares.

18.  Barefoot, J. C., & Schroll, M. (1996). Symptoms of depression, acute myocardial infarction, and total mortality in a community sample. Circulation, 93(2), 197-205. Estudo sobre a depressão e sua associação com doenças cardíacas e mortalidade.

19.  Hölzel, B. K., Carmody, J., Vangel, M., Congleton, C., Yerramsetti, S. M., Gard, T., & Lazar, S. W. (2011). Mindfulness practice leads to increases in regional brain gray matter density. Psychiatry Research: Neuroimaging, 191(1), 36-43. Investigação sobre como a prática de mindfulness afeta a estrutura cerebral e a saúde.

20.  Zautra, A. J., Smith, B. W., Affleck, G., & Tennen, H. (2001). Examinations of chronic pain and affect relationships: Applications of a dynamic model of affect. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 69(5), 786-795. Estudo sobre a relação entre dor crônica, emoções e bem-estar físico.

 

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