Você não apresenta nenhum sintoma de Alzheimer, mas pode ter a doença.
Marcadores biológicos podem mensurar no líquido cefalorraquidiano (LCR) no sangue ou por meio de imagem cerebral, a presença de sinais importantes da doença.
Clinicamente, o Alzheimer é definido por deterioração cognitiva, funcional, mudança de comportamento e personalidade com diagnóstico diferencial de exclusão para outras causas de demência, como infecções, doenças vasculares, deficiência de vitaminas e outras condições neurológias.
Primeiro vamos falar de marcadores biológicos.
Alguns marcadores biológicos e suas alterações:
Aβ42 e Aβ40 (Beta- amiloide): Níveis reduzidos de Aβ42 no LCR são um indicador da formação de placas amiloides no cérebro, que são uma característica da doença de Alzheimer. A relação Aβ42/Aβ40 também pode ser usada para aumentar a precisão do diagnóstico.
Tau total (t-tau) Proteína tau: Níveis aumentados de tau total no LCR estão associados à neuro degeneração.
P-tau (Tau fosforilada): Níveis aumentados de tau fosforilada no LCR indicam a presença de emaranhados neurofibrilares, outra característica da doença de Alzheimer.
Nfl (Neurofilamentos de cadeia leve): Níveis aumentados de NfL no sangue ou LCR são indicativos de dano axonal e neuro degeneração, que ocorrem em várias doenças neurodegenerativas, incluindo Alzheimer.
GFAP (Proteína glial fibrilar ácida): Níveis aumentados de GFAP no sangue ou LCR podem indicar ativação glial e inflamação no cérebro, que estão associadas ao Alzheimer.
Biomarcadores de imagem:
PET scan com traçadores de amiloide: Pode detectar a presença de placas de amiloide no cérebro.
PET scan com traçadores de tau: Pode detectar emaranhados neurofibrilares.
Ressonância Magnética (RM): Pode mostrar atrofia em áreas específicas do cérebro, como o hipocampo, que é comum no Alzheimer.
Outros biomarcadores:
Proteínas inflamatórias e citocinas: Alterações em níveis de proteínas inflamatórias no sangue ou LCR podem estar associadas à progressão da doença.
Proteínas relacionadas ao metabolismo energético: Alterações no metabolismo energético podem ser detectadas e estão relacionadas ao Alzheimer.
A combinação desses marcadores biológicos com avaliações clínicas e cognitivas pode ajudar no diagnóstico precoce e no monitoramento da progressão da doença de Alzheimer.
O que está em pauta:
Que o diagnóstico possa ser feito levando em conta o resultado de Biomarcadores e não apenas de testes de memória.
Alguns autores de estudos recentemente publicados defendem o fato de que a Biologia deva ser a base para o diagnóstico, levando-se em conta que uma pessoa pode não apresentar sintomas mas está a caminho da doença num futuro breve.
Especialistas e grupos de vigilância da indústria farmacêutica defendem o fato de que as pessoas podem apresentar tais proteínas no cérebro e no sangue sem nunca desenvolverem a doença. Destacam também que administrar medicamentos caros e de riscos antes do surgimento dos sintomas não tem consistência científica.
O que acontece com a Tau e a beta amiloide no seu cérebro?
Peptídeos beta amiloide são fragmentos de proteínas que formam placas pegajosas no cérebro. Agem junto com a Tau criando ligações fibrosas impedindo a comunicação entre as células.
Para facilitar, imagine muitos fios juntos, como aparece nas cenas de filmes que relatam o caos da energia elétrica na vida urbana.
Esses novos medicamentos reconheceriam essas placas grudentas, removendo-as do cérebro.
Como acontece com todos os medicamentos para as mais diversas doenças, há um bônus e o pedágio.
Neste caso, à medida que removem o amiloide, podem levar ao acúmulo de fluidos, inchaço e até micro hemorragias no cérebro, o que pode levar à hospitalização.
Os ensaios clínicos estão sendo feitos em pessoas que apresentam sintomas iniciais de declínio de memória. Por ora, não foram encontrados benefícios para os pacientes.
George Perry, neurobiólogo e editor do Journal of Alzheimer’s Disease, alerta para a falta de evidencias sobre tudo isso.
Os críticos ressaltam sobre o “vem aí muita gente para tomar novos medicamentos e gerar grandes lucros para os fabricantes".
Adriane Fugh-Berman, diretora do PharmedOut, um programa da Universidade de Georgetown que rastreia táticas de marketing farmacêutico, alfineta dizendo que: “A Associação de Alzheimer deveria perder toda a credibilidade ao lançar diretrizes que rotulam pessoas perfeitamente normais como portadoras da doença de Alzheimer”.
Muita gente pode, sem dúvida, ter a vida comprometida pela desinformação.
Por isso, o propósito da Comunidade brasileira de Naturopatia com acesso à saúde através do compromisso com a excelência e ética profissional continua.
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Agora vamos mostrar o que pode estar "por trás".
Conflitos financeiros de interesse
Fonte: CNN Brasil
Os novos critérios — da principal organização de defesa dos pacientes com Alzheimer — foram desenvolvidos por um grupo de trabalho de 20 membros, muitos dos quais relataram vínculos financeiros com várias empresas que estão comercializando novos medicamentos para Alzheimer ou que têm novos medicamentos em desenvolvimento.
Um terço do painel de especialistas é diretamente empregado por empresas farmacêuticas, enquanto outro terço relatou algum outro tipo de pagamento de empresas farmacêuticas ou de testes. Dois membros do painel eram funcionários da Associação de Alzheimer, que também recebe financiamento de empresas farmacêuticas. Apenas alguns membros do grupo de trabalho declararam não ter conflitos de interesse relevantes.
“Não deveríamos confiar neste artigo que foi basicamente desenvolvido pela indústria. Não é uma prática padrão pensar em diretrizes dessa forma”, afirma Eric Widera, geriatra da Universidade da Califórnia em São Francisco, que escreveu um comentário sobre os novos critérios no Journal of the American Geriatrics Society.
Widera diz que é uma tática familiar para a indústria farmacêutica: expandir o mercado para um medicamento, primeiro ampliando a população diagnosticada com a doença que ele trata. “Isso é um aumento diagnóstico”, disse ele.
Ele cita exemplos como a campanha de conscientização "Is it low T"?, lançada pela Abbott Labs, que fabricou um produto de reposição de testosterona, bem como um teste mais sensível para o hormônio.
De maneira semelhante, a Biogen criou a campanha “It’s Time We Know” em 2021 para disseminar a conscientização sobre o comprometimento cognitivo leve após seu medicamento para Alzheimer, Aduhelm, obter uma aprovação controversa da FDA no mesmo ano. O Aduhelm foi retirado do mercado desde então.
Widera estima que até 1 em cada 10 pessoas de 50 anos, que funcionam normalmente, testaria positivo para beta-amiloide sob os novos critérios. Atualmente, cerca de 6 milhões de americanos vivem com Alzheimer, mas as estimativas sugerem que aproximadamente 40 milhões testariam positivo para beta-amiloide.
“Publicações como esta são um componente necessário de uma estratégia destinada a vender o maior número possível de anticorpos monoclonais”, afirma Karl Herrup, professor de neurobiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh.
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