A transmissão do conhecimento sobre Aromaterapia a nível mundial e no Brasil não é diferente, pode ser prejudicada por diversos erros e equívocos, que comprometem a compreensão correta e segura dessa prática. A generalização dos efeitos talvez seja um dos que mais comprometem a credibilidade, sendo apresentada muitas vezes como uma solução universal para qualquer mal e quase sempre na mesma recomendação.
Lavanda para ansiedade
Alecrim para depressão e assim por diante.
Precisaríamos abordar os temas ansiedade e depressão em maior profundidade, para que pudessem ser compreendidos como individualidade biológica, razão pela qual muitos psicotrópicos atendem em diferentes doses a diferentes pessoas, nos casos em que são efetivamente necessários. Essa prerrogativa pode ser estendia aos óleos essenciais, pontuando que o óleo essencial de lavanda pode não atender a todos os casos de ansiedade, como frequentemente não o faz.
Uso de linguagem ambígua ou vaga
Termos como "energia", "vibrações" ou "equilíbrio" são usados de forma vaga e sem explicações claras, o que pode confundir ou descredibilizar a prática em círculos mais científicos e clínicos.
Confusão entre uso terapêutico e comercial
Aromaterapia é muitas vezes misturada com o marketing de produtos de beleza e bem-estar, o que pode desviar o foco de suas aplicações terapêuticas e promover o consumo indiscriminado.
Minimização dos riscos
Há uma tendência de minimizar os possíveis efeitos colaterais, como irritação da pele, alergias ou interações com medicamentos, o que pode levar ao uso inadequado de óleos essenciais.
Ausência de formação profissional adequada
Em alguns países como o Brasil, qualquer pessoa pode se autodenominar Aromaterapeuta, o que leva à disseminação de informações incorretas por profissionais sem a formação adequada.
Ignorar a dosagem e concentração
Muitos divulgadores sugerem o uso de óleos essenciais sem orientações sobre a diluição adequada, o que pode ser perigoso, já que os óleos são altamente concentrados e podem causar danos se usados incorretamente.
Falta de regulação global sobre os produtos e cursos
A falta de padrões regulatórios internacionalmente reconhecidos para a prática da Aromaterapia gera uma enorme variação na qualidade dos produtos e na formação dos profissionais.
Simplificação excessiva
Alguns especialistas reduzem a complexidade da Aromaterapia, sugerindo que cheirar um óleo essencial pode resolver problemas de saúde graves, o que é um erro de comunicação que pode prejudicar sua credibilidade.
Misturar Aromaterapia com cura espiritual sem explicação clara
Embora a aromaterapia tenha raízes históricas em práticas espirituais, misturar terapias físicas com promessas de "cura espiritual" sem uma explicação clara pode confundir os praticantes e afastar o público mais sério.
Falha em considerar contraindicações
Informações sobre contraindicações (como o uso de certos óleos essenciais por gestantes, crianças ou pessoas com condições médicas específicas) são frequentemente omitidas ou subestimadas.
Desconsideração de diferenças culturais
Aromaterapia tem diferentes usos e significados culturais ao redor do mundo. Não considerar essas diferenças e tentar impor um único modelo global pode levar à rejeição ou mal-entendidos.
Mitificação excessiva
Há uma tendência de "mitificar" o poder dos óleos essenciais, apresentando-os como soluções milagrosas, o que pode desvalorizar a importância de outros tratamentos médicos necessários.
Desinformação sobre métodos de aplicação
A forma de aplicar os óleos (inalação, aplicação tópica, ingestão) muitas vezes é mal explicada, com orientações genéricas que podem levar a práticas perigosas, como a ingestão indiscriminada de óleos.
Confundir Aromaterapia com perfume ou ambiente agradável
Muitas vezes, a Aromaterapia é reduzida a uma prática de "deixar o ambiente cheiroso", o que desconsidera seu uso terapêutico específico e os estudos sobre suas propriedades fisiológicas.
Embora já tenhamos cerca de 40 anos de popularização e expansão da Aromaterapia no Brasil, dos anos 1980 pra cá, com os primeiros movimentos de saúde natural e a chegada das primeiras marcas, o mercado de óleos essenciais tem ainda como maior foco, a venda em si.
São poucos os grupos de disseminação do conhecimento e estudos científicos.
Razão pela qual, ainda vemos com frequência, mesmo em marcas reconhecidas, a perpetuação da palavra “sinergia” e a forma fantasiosa de escolha de óleos essenciais. A exemplo, “se você não gosta desse óleo, talvez isso diga algo sobre você e deva usá-lo, para resolver algumas questões importantes. Combatemos a transmissão desses erros graves há cerca de 18 anos, em grupos de estudos europeus sobre Aromatologia e Aromaterapia, dos quais participamos e contribuímos. Consideramos que corrigir esses erros na disseminação do conhecimento sobre Aromaterapia é essencial para promover um entendimento mais claro, ético e seguro da prática, tanto para profissionais quanto para o público em geral.
Fale conosco para saber se na sua cidade há um profissional de referência na Saúde Integrativa e na Naturopatia.
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