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Burnout: o alto preço do stress.

Um certo nível de stress é fisiológico e participa na tomada de decisões.

O conceito de stress, sob a ótica da Física, foi desenvolvido no século XVII, por Robert Hooke, onde o autor designa o termo ao se referir a uma pesada carga que afeta uma determinada estrutura física (LAZARUS, 1993).

Estima-se que a primeira definição do termo na área da saúde foi feita pelo médico canadense Hans Selye, em 1926 (LIPP; MALAGRIS, 1995), segundo o qual, o stress está relacionado à resposta orgânica representada por um conjunto de defesas sanguíneas contra qualquer tipo de estímulo nocivo (estressor), inclusive ao estímulo psicológico proveniente do ambiente em que o sujeito está inserido.

Em 1959, Selye (apud LIPP; GUEVARA, 1994) definiu o estresse, num sentido biológico, como um elemento inerente a toda doença que é produzida por modificações na composição química e estrutural do corpo e que pode ser observada (de forma indireta) e medida. Para esee autor, o estresse é observado a partir da Síndrome Geral da Adaptação (SGA). Trata-se de uma resposta não específica a uma lesão que envolve o sistema nervoso autônomo e que se desenvolve em três fases:

Fase de alarme ou alerta: com liberação de adrenalina e corticoides – o organismo apresenta reação de fuga ou luta em situação de perigo.

Fase da resistência: o indivíduo usa todas as suas forças orgânicas para manter sua resposta, chegando ao desgaste.

Fase da exaustão: o organismo não consegue mais reagir à situação estressante e pode chegar à morte (FILGUEIRAS; HIPPERT, 2003). Segundo Selye (apud LIPP; GUEVARA, 1994), o stress está presente em todas essas fases, embora sua manifestação se apresente de forma diferenciada nas áreas somáticas e cognitivas.

No fim da década de 60, estudiosos previram uma nova doença, classificada como síndrome de burnout.

Caracterizada por ser o ponto máximo do estresse profissional, pode ser encontrada em qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos em que há impacto direto na vida de outras pessoas. É o que acontece, por exemplo, com profissionais da saúde em geral, jornalistas, advogados, professores e até mesmo voluntários.

O termo burnout significa que o desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais da pessoa, pois, traduzindo do inglês, burn quer dizer queima e out exterior.

De olho nos sintomas

Pessoas com a síndrome apresentam sintomas como fadiga, cansaço constante, distúrbios do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor e de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite, depressão e perda de iniciativa

A fadiga pode estar associada a diversas doenças (Alvarenga Filho, Carvalho, & Alvarenga, 2010), podendo ser compreendida como um frequente desgaste diário frente a um esforço realizado de forma exagerada que acomete a população em geral (Yang & Wu, 2005).

Problemas de relacionamento com colegas, clientes e chefes, a falta de cooperação entre os colegas de trabalho, de equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal e também de autonomia são grandes causadores do nível máximo de estresse. Fortes candidatos são aqueles conhecidos como workaholics, que se identificam bastante com o trabalho, vivem para ele e têm níveis de exigência muito altos

A partir de 1980 a fadiga passou a ter um CID de número 10-G93.3 sendo, portanto, classificada como doença. Trata-se de uma síndrome relacionada a sentimentos de fraqueza física, exaustão após esforço mínimo, cansaço, apatia, fraqueza, marasmo, falta de energia, baixa capacidade funcional ou de realizar atividades costumeiras, e diminuição do desempenho organizacional (CID 10, 1997; North American Nursing Diagnosis Association – NANDA, 2013).

Essa soma de mal-estares pode levar ao alcoolismo, ao uso de drogas e até mesmo ao suicídio. No dia-a-dia, a pessoa fica ainda arredia, isolada, passa a ser irônica, cínica e a produtividade cai. Muitas vezes, o profissional acredita que a melhor opção seja tirar férias; entretanto, quando volta, descansado, retoma a postura anterior.

Caminhos para o bem-estar

Para detectar a síndrome, deve-se fazer um exame minucioso e analisar se os problemas enfrentados estão relacionados ao ambiente de trabalho ou à profissão. O ideal é procurar ajuda. É necessário avaliar se é o ambiente profissional que causa o estresse ou se são as atitudes da própria pessoa que passam a ser o estopim.

Existem três focos de tratamento: a relação com a profissão, o ambiente de trabalho e o trabalho com foco nos sintomas – por exemplo, a dificuldade de concentração.

Junto à terapia, os especialistas aconselham melhorar a qualidade de vida, prevenir o estresse, garantir boa saúde física, dormir e alimentar-se bem, praticar atividades físicas e manter hobbies e interesse pela vida social.

Nós recomendamos como medida diária, 5 minutos de prática de respiração completa na posição sentada.

Um dos primeiros benefícios da técnica de respiração consciente, é a mudança do estado mental.

Vale lembrar que tanto para situações crônicas, que já vêm ocorrendo há algum tempo, como aquelas que estejam na fase mais aguda, será preciso um bom tempo de tratamento, até que todos os sintomas que compõe a síndrome possam ser controlados.

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