Define-se mineral como um componente da terra formado por dois ou mais átomos. Em sua forma natural, eles possuem uma parte metálica e uma parte não-metálica. Os minerais são classificados em macrominerais e microminerais ou oligoelementos. Hunt e Groff (1990)
Os macrominerais são o Cálcio, Fósforo, Sódio, Potássio, Silício e Magnésio.
Os microminerais ou oligoelementos são o Zinco, Ferro, Cobre, Manganês, Cromo, Selênio, Cobalto e Molibdênio.
O papel dos minerais é hoje reconhecido como fundamental para todas as áreas de da saúde e da nutrição. No entanto, sua importância só começou a se revelar com maior clareza nos últimos 30 anos. Até então, muitos deles eram considerados apenas como elementos tóxicos para o organismo. O principal problema com que se deparavam os pesquisadores era a baixa absorção de alguns minerais na forma de sais, ocasionada por inúmeros fatores que os tornavam inapropriados para o organismo, entre os quais a presença do ácido oxálico, ácido fítico e fibras. Aumentar a dosagem como forma de compensar esta baixa absorção resultava em um novo obstáculo: o aparecimento de sintomas ou efeitos colaterais indesejáveis. Para desenvolver suplementos minerais que suprissem estas deficiências, todos os esforços de pesquisa concentraram-se na obtenção das seguintes características:
– Superar os baixos índices de absorção dos sais minerais comuns, aumentando a biodisponibilidade.
– Garantir boa tolerância do organismo, sem ocasionar efeitos colaterais;
– Oferecer segurança ao organismo, sem gerar outras formas de desconforto.
A resposta a essas exigências foi encontrada nos minerais-aminoácidos quelatos que, diferentemente dos sais minerais, possuem uma alta absorção, alta tolerância e baixa toxicidade.
A constituição dos minerais-aminoácidos quelatos resume-se a minerais e aminoácidos específicos, livres dos indesejáveis ânions (sulfatos, cloretos, etc.), o que eleva consideravelmente sua densidade nutricional. São 100 % metabolizados como puro material nutricional: aminoácidos e minerais.
Quelatos vem do grego CHEL = garra. São formados quando duas ou mais porções separadas e únicas de uma mesma molécula ligante (aminoácido ou outra) formam uma ligação coordenada com o mesmo átomo de metal. Os Minerais-Aminoácidos Quelatos são comuns na natureza. Por exemplo: o Ferro na molécula de hemoglobina, o Magnésio na clorofila ou o Cobalto na molécula de Vitamina B12, são quelatos de minerais em aminoácidos. Quase todas as ligações dos metais no intestino delgado, com o objetivo de serem absorvidos, ocorrem através da formação de quelatos com as proteínas transportadoras. Os minerais aminoácidos quelatos são absorvidos intactos, como dipeptídeos estáveis, sem se ionizarem no processo digestivo. Por conservar sua forma estável, os minerais-aminoácidos quelatos resistem às ligações químicas com os fatores anti nutricionais tais como fibras, fitatos, fosfatos, ácido oxálico e outros que os tornariam inaproveitáveis, provocando sua eliminação pelas fezes.
Combinam aminoácidos e minerais puros; resultando em uma molécula com densidade máxima em nutrientes.
Processo de Absorção de Minerais na Forma de Sais
Com a ingestão de minerais em forma de sais como cloretos, sulfatos, gluconatos, etc., no estômago por ação do HCl e enzimas, ocorre a ionização destes compostos, liberando os minerais dos radicais que os acompanharam. Exemplo : Fe++ , SO4++, etc.
No estado iônico, os minerais tornam-se instáveis e um grande percentual deles (de 70 a 99,5 %) reage com elementos comuns na alimentação, tais como o ácido fítico, o ácido oxálico, as fibras (celulose, hemicelulose, etc.), as gorduras, etc. O produto desta reação torna-se inaproveitável para o organismo sendo eliminado com as fezes. Isto ocorre frequentemente, pois com o aumento do pH que ocorre no descenso pelo intestino, esses compostos secundários tornam-se insolúveis; ou então, são absorvidos sem liberar o metal para sua metabolização e, portanto, acabam sendo excretados. Os minerais que não reagiram com essas substâncias seguem para outra fase.
Quando estão dentro da célula, os minerais são quelatos a outras proteínas específicas que os transportam até o plasma para a sua utilização.
Minerais ingeridos na forma imprópria, ou seja, associados com elementos não nutricionais (sulfatos, cloretos, carbonatos ou gluconatos) serão eliminados com as fezes. Para compensar este fator, surge a necessidade de aumentar sua administração, o que os torna tóxicos para o aparelho digestivo, gerando os conhecidos efeitos colaterais dos sais de Ferro, Magnésio, etc.
A absorção média dos minerais em suas apresentações comuns:
Processo de Absorção de Minerais-Aminoácidos Quelatos:
Os minerais aminoácidos quelatos foram preparados para se comportarem como os quelatos presentes na Natureza, como o Ferro heme ou o Magnésio da clorofila, o que garante sua absorção e aproveitamento.
A ingestão dos minerais apropriadamente quelatos em aminoácidos puros (Ferro-Glicina quelato, Zinco Histidina quelato, etc.) faz com que, durante o processo digestivo no estômago, o mineral-aminoácido quelato estabilizado adequadamente não se ionize e, portanto, não sofra ataque de elementos que os tornariam insolúveis e/ou indisponíveis para a absorção e utilização.
Na primeira porção do intestino delgado, os minerais serão transportados para o interior das células mucosas com os dipeptídeos intactos na forma de quelatos. Portanto, seguem por uma via independente daquela da absorção iônica. Por este motivo, estes dipeptídeos são chamados de “Smuggler” ou “contrabandistas”. O fato de serem totalmente formados por material nutricional, aminoácidos e minerais – otimiza a absorção e garante melhor distribuição e utilização.
A partir desse ponto, os dipeptídeos poderão ser hidrolisados, liberando o metal ou seguem intactos até o plasma, onde o metal será transportado pelos mecanismos habituais.
Esse momento será determinado pela constante de estabilidade do quelato podendo, ser previamente projetado.
Os minerais-aminoácidos quelatos são nutrientes específicos à nutrição; não geram radicais livres, nem apresentam efeitos colaterais.
Lei do mínimo: não adianta o organismo ter quantidade adequada de água, proteínas, se não tiver quantidade mínima de minerais. O quadro de minerais do indivíduo deve ser balanceado e ele deve estar bem nutrido para que não haja espaço para minerais tóxicos, os quais vão no sítio de ação do mineral essencial. Ex.: Mercúrio, Cádmio, etc.
É importante salientar que a terapêutica anti radicais livres, obterá sucesso, mediante alguns critérios a serem rigorosamente seguidos, tais como:
Princípios de Prescrição: Toda prescrição deverá ser relativa ao metal puro (metal elementar), pois existem vários produtos quelatos de um mesmo mineral com aminoácidos diferentes, o que determina que a percentagem do metal elementar varie de produto para produto. Por exemplo:
Zinco Histidina = 20 % Zn
Zinco Arginina = 10 % Zn
Portanto, as orientações deverão ser sempre baseadas no metal, seguido do nome do produto comercial entre parênteses
Zinco (Histidina) 15 mg
Zinco (Arginina) 15 mg
Isso significa que independente da percentagem de Zn (Histidina 20 %; Arginina 10 %) no produto será aviada a quantidade prescrita (15 mg do mineral) sendo a responsabilidade de calcular a quantidade do produto que contenha 15 mg de Zn do laboratório.
As formulações, além de suprir as necessidades diárias dos diferentes minerais, deverão atender às condições clínicas onde se estabeleceu um maior consumo de nutrientes minerais específicos.
As fórmulas deverão ser utilizadas por no mínimo 4 a 6 meses, quando o estoque dos diferentes minerais estarão se normalizando. É interessante também sempre manter os níveis de ingestão de minerais (através de uma dieta balanceada ou com suplementação administrada) de forma a não submeter o paciente a novas carências.
Eleição do veículo: Para que um princípio ativo tenha máxima ação farmacológica, deve ser incorporado a um veículo adequado, capaz de liberá-lo para posterior absorção e, consequentemente, efeito desejado. O veículo deve impedir a rápida oxidação do princípio ativo para evitarmos efeitos indesejáveis. O pH do produto pronto deve respeitar a faixa de variação de pH do local onde será utilizado.
Posologia e modo de usar: Deve-se orientar o paciente para o uso correto do produto, ou seja, para que se obtenha uma concentração ideal dos princípios ativos, deve-se utilizá-lo corretamente tanto em quantidade como em horário. Aqui observamos também, a importância da assiduidade do tratamento.
Geralmente fórmulas com minerais-aminoácidos quelatos têm que ser encapsuladas em mais de uma cápsula. Portanto, orientar ao paciente que devem ser ingeridas mais de uma cápsula por tomada (dose).
Eleição dos princípios ativos adequados: São considerados adequados, quando apresentam laudos de análise comprobatórios de sua qualidade e procedência: quando se tem comprovação científica sobre os mesmos.
Aliar à terapêutica curativa A.R.L., procedimentos preventivos: Uso constante de fotoprotetores, com fator de proteção solar (FPS) condizente com o tipo de pele. Manter uma dieta saudável e modo de vida dirigido ao que denominamos hoje de PRÓ idade ( o antienvelhecimento de antes).
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