top of page

O que esperar de um tratamento Natural


Muitos dos nossos pacientes quando vêm pela primeira vez ao nosso consultório não têm a mínima ideia de quem somos e o que fazemos, infelizmente.  Chegam com hábitos da medicina convencional, a que estão acostumados, e esperam que os resultados sejam iguais também. Que hábitos são esses? São os comprimidos que acabam com o “problema” em 30 minutos, com os atendimentos de 15 minutos, muitos sem avaliação física, com pouca ou nenhuma observação e escuta clínica.

Assim que um novo paciente chega, recomendo que seja feita a seguinte pergunta: “Boa tarde, a sr./a conhece a Naturopatia”? E aqui cabe qualquer atividade da saúde holística integrativa. Por que essa pergunta? Porque o (a) paciente pode ter chegado ao nosso consultório sem saber do que se trata. Muitas das vezes é por indicação, outras porque ele (a) já tentou de tudo e acha que vamos salvá-lo (a) do mal que o faz padecer, e outras porque querem mudar mesmo o estilo de vida e não sabem bem por onde começar. O fato é que nossos procedimentos são diferentes de tratamentos realizados pela medicina convencional e se não explicarmos o passo a passo, todo nosso trabalho pode ir por água abaixo bem como nossa reputação. Quando não houver sucesso no tratamento, pergunte-se “o que será que me escapou”? e principalmente “será que meu paciente entendeu o que era para ser feito de fato”?

Clinicando, percebi que uma parte desse insucesso vinha da má comunicação paciente – agente da saúde (entenda-se Naturopatas, MTC, Aromaterapeutas etc). Se o paciente nunca se tratou através de terapêuticas naturais, ele não sabe o por quê de a alimentação ser um “bom remédio”. Assim como não sabe que o stress que ele passa há anos pode ser a causa de suas dores permanentes na coluna ou cabeça e espera sair de lá curado, da forma como agiria uma Dipirona que o médico recomendou. Não sabe que um problema crônico é diferente de um agudo e que o tempo que o corpo leva para se recuperar-se é diferente entre um e o outro. Existe todo um processo. Nós que estudamos, devemos explicar e motivá-los à perseverança diante das dores que atravessa.

Imagine que você, Aromaterapeuta, tinha uma paciente criança que estava com muito muco devido a uma virose. Sabiamente você faz um blend com óleo de amêndoas e Ravintsara e disse apenas que era para passar nas costas e tórax 3 vezes ao dia durante 7 dias. A Ravintsara é um poderoso mucolítico. Vai fluidificar bastante o muco e aumentar a liberação do mesmo. A mãe, sem saber que aquele fenômeno é extremamente normal e benéfico, pode achar que o tratamento piorou a situação ao invés de melhorar. O paciente participa ativamente do processo de autocura e para isso precisa de informação consistente. Orientamos para que possa ser colocado em prática. Por isso nossas consultas são mais longas. Ouvimos, observamos, avaliamos fisicamente. Eles precisam compreender o que o excesso de alguns componentes gera ao organismo, a exemplo do glúten. Compreender faz você participar mais.

Assim seu paciente vai ter mais confiança e você, profissional, terá maior assertividade na prática clínica.

Bom trabalho! 

Texto: Julia Assunção (Membro da Comunidade Brasileira de Naturopatia). Revisão técnica: Chris Buarque Revisão geral: Claudia Lopes

bottom of page